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Intolerância religiosa: o que é e o que pode causar?

Desde muito tempo, o ser humano está acostumado a discriminar o outro por suas diferenças. Vemos todos os dias casos de racismo, machismo, homofobia e xenofobia.

Mas não devemos nos esquecer de falar também a respeito do preconceito que existe com quem tem uma religião diferente da nossa.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre o assunto espinhoso intolerância religiosa. Veja a seguir!

A dificuldade em falar sobre o assunto

Falar sobre religiões é, de certa forma, muito complicado e devemos nos atentar bastante quando falamos delas.

Afinal, é realmente difícil entender alguém que pensa e tem crenças diferentes das suas. Logo abaixo, vamos falar da intolerância religiosa, que ainda está muitíssimo presente onde vivemos.

O que é a intolerância religiosa?

intolerância religiosa é o ato de menosprezar, ofender, discriminar e/ou agredir alguém que tenha determinada crença ou religião por conta dessa crença em si.

No Brasil, por exemplo, muitas pessoas com religiões islâmicas e candomblecistas são alvos de inúmeras críticas, preconceito e agressões.

Mesmo sem notarmos, a intolerância religiosa rodeia a todos nós, o que é algo extremamente desagradável.

Muitos de nós, inclusive, temos a dificuldade de aceitar que alguém pense de maneira diferente da nossa e tenha crenças que, para nós, são vistas como erradas. E isso acontece vice-versa também.

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Como podemos notar a intolerância religiosa?

Atualmente, um dos casos de intolerância religiosa que mais foram vistos e que mais chocam o mundo é a perseguição nos territórios islâmicos, onde praticantes extremistas do Islamismo ditam, de forma muito violenta, a forma com estes veem sua religião. Esse é, portanto, um claro exemplo disso.

Um exemplo do que foi citado acima é o conflito entre os povos sunitas e xiitas, no Iraque. Ambos são adeptos da mesma religião, a religião islâmica.

Porém, os dois povos têm visões e crenças diferentes dessa religião. Isso mostra que a intolerância religiosa não atinge somente quem tem uma religião diferente, mas também as pessoas que veem uma mesma religião de diferentes formas.

A intolerância religiosa no nosso dia a dia

Ela pode ser notada no nosso dia a dia também, sabia? A intolerância religiosa não diz respeito a somente ataques ou grandes conflitos.

Ela pode aparecer em frases e falas como: “Minha vida só piora. Isso deve ser culpa de fulana, que não gosta de mim e deve ter feito macumba ou boneco de vodu”.

Outras falas do gênero também podem ser consideradas intolerância religiosa.

Desde quando e por que a intolerância religiosa existe?

A intolerância religiosa existe há muito tempo e, aqui, diremos alguns dos casos mais conhecidos onde ela já ocorreu, como guerras e conflitos, que contribuíram para a morte de muitas de pessoas e que, por conseguinte, fomentaram preconceito contra diferentes religiões pelo mundo. Quer ver?

Na Segunda Guerra mundial, por exemplo, a intolerância religiosa da política alemã implicou diretamente na tortura e na morte de milhares de judeus, que simplesmente foram mortos pelas suas crenças e práticas diferentes. Foi um genocídio às extremas, o que ainda choca as pessoas hoje em dia.

A intolerância religiosa também esteve presente durante o Império Romano, onde vários cristãos foram perseguidos por suas crenças, o que foi algo extremamente violento e brutal.

E, mais tarde, quando o Cristianismo tomou poder, cristãos, que antes sofriam, passaram a também disseminar ódio à pessoas com outras religiões e crenças, como ao atacar os judeus e os pagãos.

A religião, juntamente com a política, causou diversas guerras e mortes entre as populações. Com o objetivo de evitar esses problemas e diminuir a intolerância religiosa, foi criado o Estado Laico, que impede que haja uma ligação direta entre religião e Estado.

E, mesmo que apenas de forma teórica, o Estado Laico traz o objetivo de fazer com que líderes não tomem decisões por meio da religião, que iriam implicar negativamente na vida da população.

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O Estado Laico realmente funciona?

O Estado Laico tem uma ótima iniciativa de não permitir que o Estado tome decisões através da religião, como era comum anteriormente. Ele diz que o poder do Estado deve ser imparcial no que diz respeito às questões religiosas. Mas isso não faz necessariamente com que a intolerância religiosa diminua.

Alguns países, como o nosso Brasil, têm a visão de que a intolerância religiosa não existe mais — por conta da laicidade do Estado —, o que está completamente equivocado.

Costumamos pensar assim, já que aqui vemos imigrantes por todos os lados, povos de diversas religiões, alguns deles com comércios, até. Mas as pessoas não se atentam e percebem que estes imigrantes sofrem todos os dias, com a discriminação que sofrem pelas crenças do seu povo e suas diferenças.

A intolerância religiosa no Brasil

No Brasil, o primeiro caso de intolerância religiosa que vimos foi com os índios nativos daqui, em 1.500. Quando os portugueses vieram ao Brasil, eles forçaram e fizeram com que os índios negassem suas crenças e fossem catequizados.

E o mesmo ocorreu com a chegada dos negros no Brasil, durante o horrível período da escravidão. Todos esses eventos catastróficos nos fazem pensar mais em como a intolerância religiosa acontece atualmente.

A intolerância e o racismo

Atualmente, no Brasil, a intolerância religiosa está bastante ligada ao racismo. Pelo maior preconceito com religiões de origem africana, as pessoas costumam ter mais preconceito com pessoas negras.

Antigamente, os terreiros e pessoas que seguiam essas religiões eram alvos até mesmo da polícia e, hoje ainda, são vandalizados e alvos de ataques por pessoas com vivências diferentes.

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Há alguma pena relacionada à intolerância religiosa?

Não há nenhuma lei que tenha o foco em combater somente a intolerância religiosa. Porém, a ONU estabeleceu, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, que menciona algo assim em seu primeiro artigo.

Ela diz que crimes que forem gerados por algum tipo de preconceito ou discriminação terão como penalidade de um a três anos de reclusão e aplicação de multa para pessoas que o incitarem, o praticarem e o induzirem.