Liberalismo, como é conhecido, é uma vertente política e teoria social que ressalta, substancialmente e por definição, a individualidade dos valores de igualdade e de liberdade.
De acordo com os adeptos liberais, todo sujeito detêm, por via de regra, direitos humanos inerentes. Desse modo, o liberalismo defende o respeito do governo para com os direitos inatos do homem. No entender liberal, o governo deve intervir e atuar como mediador, sobretudo durante disputas de indivíduos com interesses conflitantes.
Na concepção filosófica e política do liberalismo, tanto o governo quanto a sociedade devem, em termos gerais, promover e proteger as liberdades individuais; isto é, sem implodir sua população e incitar discriminações à pluralidade. Para a política liberal, uma sociedade saudável é uma sociedade que encoraja a diversidade, incrementando uma distribuição justa e igualitária de recursos e oportunidades.
Nessas instâncias, pode-se dizer que o liberalismo não acredita na política de massa, onde operam as leis das padronagens e das maiorias. Enquanto política de teoria individualista, o liberalismo prioriza o indivíduo e o encabeça acima do coletivo.
A origem da filosofia e política liberal
As filosofias clássicas e modelares do liberalismo remontam ao século XVII. À época, a vertente política surgiu como uma resposta anexada às revoluções burguesas e inspirada pelos valores iluministas da Europa. À altura de XVII, o liberalismo despontava como maior opositor às medidas absolutistas do Estado.
Liberalismo e democracia
Seus argumentos partem da defesa da autonomia social e civil, da zona econômica (mercado) e da zona cultural (juízo público) mediante o Estado. Nesse aspecto, é possível observar que as teorias liberais se relacionam visceralmente com a expansão da democracia ocidental. A democracia parte da premissa básica do liberalismo político: tal como no Estado liberal, o papel basilar da democracia é assegurar os direitos individuais das políticas autoritárias. A fim de atingir o objetivo, sua política trabalha para garantir representação do modos mais ou menos amplos.
Por outro lado, entre os simpatizantes e adeptos liberais, não existe unanimidade acerca do assunto. Não existe um consenso no que se refere à escala desejável dos cidadãos nas atividades e participações políticas.
É visível que alguns pensadores do liberalismo, tal qual Constant, Montesquieu e Locke atestam que o melhor emprego da liberdade política se dá com a participação popular. Segundo estes teóricos, os cidadãos devem assumir papéis por intermédio de cargos e eleições democráticas.
Na contramão, demais teóricos políticos, a exemplo de Tocqueville, afirmam que a ética verídica e liberal é concretizada por meios associativistas. Ou seja, no encalço das atividades políticas ativas.
Liberalismo e seus tipos
Ao longo da história e concepções filosóficas ocidentais, diversos gêneros de teorias liberais atingiram a luz. Em linhas gerais, os teóricos liberais são diferenciados pelas divergências na reconciliação de igualdade e liberdade. Outros ainda são lidos a partir da ênfase, maior ou menor, às propostas de cada item.
O liberalismo original, isto é, de vertente clássica, está propenso à larga persistência na tecla dos direitos civis como propriedades cruciais para os indivíduos. Já o chamado liberal igualitário, vertente considerada “contemporânea”, debruça-se com mais calor sobre os termos da igualdade. O liberalismo igualitário tende a argumentar a necessidade da sociedade e do governo de ampliar seu alcance de interferência e operação – especialmente nas áreas de bem estar social, educação e saúde.
Políticas econômicas liberais
Em disposição histórica, é acertado dizer que os ditos “pensadores liberais” conjecturam a favor da liberdade econômica em oposição ao Estado. Para simplificar, no entendimento liberal, não deve ser concedido ao Estado o direito de interferir nas atividades do livre mercado, coordenados através de contratos de raias particulares.
Nessa defesa, prioriza-se a livre concorrência, onde a melhor atuação econômica é recompensada. Para tanto, é desaconselhável pelos liberais que o Estado se intrometa nos desfechos dos negócios entre empregador e empregado. A resolução, para as teorias liberais, tem de ficar a cargo das empresas, seus contratantes e seus contratados.
Esse pensamento econômico do liberalismo foi resumido e popularizado na sentença “deixe fazer e deixe passar”, que no idioma francês fica como “laissez faire, laissez passer”.
Liberalismo e neo liberalismo
Foi em meados da segunda metade do século 20 que o neo liberalismo ganhou seu lugar ao sol. O movimento político foi inspirado pelos valores clássicos do liberalismo econômico. Suas teorias “reformistas” inovam o liberalismo primevo defendendo uma drástica minoração do Estado em prol da ascensão do livre mercado.
Liberalismo e capitalismo
O liberalismo gera algumas controvérsias populares. As críticas mais recorrentes às teorias e filosofias liberais se referem ao livre mercado. A associação do tópico com o capitalismo é um das pautas mais polêmicas entre apoiadores e opositores da vertente política.
Teóricos do liberalismo clássico
O liberalismo clássico colecionou grandes personalidades entre seus pensadores. Entre seus filósofos e teóricos estão:
- Locke, John (filósofo inglês, popularmente conhecido como pai do liberalismo político)
- Stuart Mill, John (economista e filósofo britânico, considerado o pensador mais influente do século XIX).
- Berlin, Isaiah (teórico social, filósofo e historiador russo britânico, conhecido por suas palestras e aversão à escrita)
- Montesquieu (escritor e filósofo francês, popular por sua utilizada teoria da separação dos poderes)
- Voltaire (escritor, filósofo e ensaísta do Iluminismo francês)
- Constant, Benjamin (engenheiro, estadista, militar e professor brasileiro)
- Kant, Immanuel (filósofo prussiano, considerado o principal pensador da era moderna)
- Smith, Adam (filósofo e economista escocês, personalidade do século XVIII e pai da economia moderna)
- de Tocqueville, Alexis (historiador, filósofo e pensador político francês)
Características do liberalismo
Características do liberalismo político
- Defesa da liberdade e direitos individuais
- Igualdade de todos os indivíduos perante a lei
- Soberania nacional: o povo decide a forma de governo que melhor o representa
- Divisão de poderes do Estado (Judicial, executivo e legislativo)
- Estabelecimento de uma constituição que estabeleça limites aos poderes públicos e exercício da cidadania
Características do liberalismo social
- Reconhecimento do mérito
- O dinheiro define o lugar que se ocupa na sociedade
- Se promove a diversidade social
Características do liberalismo econômico
- Reconhecimento da propriedade privada
- A economia se guia pelas leis de oferta e demanda, expressadas livremente no mercado
- O estado é limitado no processo econômico